FONTE: Notícias Agrícolas
As compras chinesas de soja norte-americana acima de 10 milhões de toneladas, que Washington diz que Pequim se comprometeu a realizar, podem ficar limitadas à medida que a nova safra brasileira chega ao mercado, disse nesta quinta-feira um importante corretor agrícola norte-americano.
O apetite pela soja do Brasil pode reduzir a demanda chinesa pela oleaginosa cultivada nos Estados Unidos, disse Jeffrey McPike, gerente de marketing global do McDonald Pelz, referindo-se ao produto norte-americano colhido no ano passado.
“Dada a logística de mercado na China e o tamanho da safra brasileira, as vendas de safra antiga dos EUA além da parcela de 10 milhões de toneladas, aparentemente comprometida por Pequim, parecem improváveis”, disse McPike à Reuters, no intervalo de uma conferência em Cingapura.
A China se comprometeu a comprar mais 10 milhões de toneladas de soja dos EUA em uma reunião na sexta-feira, disse o secretário de Agricultura dos EUA Sonny Perdue no Twitter, enquanto as duas nações tentam chegar a um acordo para acabar com uma guerra comercial.
Os preços da soja norte-americana subiram na quinta-feira, mas os ganhos foram atenuados, já que os operadores temiam que o ansiosamente aguardado acordo comercial continuasse indefinido.
A China, maior importador de soja do mundo, voltou a comprar algumas cargas norte-americanas em dezembro, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, e seu colega chinês Xi Jinping fecharam uma trégua temporária no conflito comercial, mas as vendas ainda estão atrasadas.
Até a última quinta-feira, apenas 7,4 milhões de toneladas da última safra de soja dos EUA haviam sido vendidas para a China, bem abaixo dos 26 milhões de compras no mesmo período do ano passado, segundo dados do governo dos EUA.
O operador também disse que os surtos de peste suína africana na China podem reduzir a demanda por soja usada na produção de ração animal.
O país já registrou mais de 100 casos da doença incurável para porcos desde que foi detectado pela primeira vez no país no início de agosto.
Ele também observou que a peste suína africana havia surgido no Vietnã, um dos países que mais crescem no mundo em uso de grãos para ração.
A doença atingiu nesta semana mais duas províncias do país no Sudeste Asiático, depois de ter sido detectada pela primeira vez em três fazendas separadas em duas outras províncias no início deste mês.
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